Coronavírus: por que pandemia saiu do controle na Flórida, principal destino de imigrantes brasileiros nos EUA.


Total de casos triplicou em junho no Estado, que vem batendo recordes de novas infecções diárias após reabertura da economia.
Maria Paula Figueiredo tinha acabado de voltar para casa, em Weston, na Flórida (Estados Unidos), quando começou a sentir dor de cabeça. Ela achou que fosse só mais uma crise de sinusite.
Mas, três dias depois, a estudante de 21 anos recebeu uma mensagem de uma amiga pedindo que ela fizesse o teste para o novo coronavírus.
As duas tinham passado o final o final de semana juntas em uma casa em Orlando com outras pessoas para comemorar um aniversário, e a amiga de Maria Paula soube depois que estava infectada.
Todos os 15 amigos que estavam no encontro se contaminaram, e Maria Paula acredita que passou o coronavírus para sua cunhada, com quem mora, antes de saber que estava infectada.
"Muitas pessoas que eu conheço já pegaram. Contando as que estavam na reunião em Orlando, são mais de 40. Você vai conversando e descobre que o amigo do amigo também pegou", diz a estudante.
O caso ajuda a entender por que a pandemia saiu de controle no último mês na Flórida, que é o principal destino de imigrantes brasileiros nos Estados Unidos.


Recordes sucessivos de novos casos
O Estado confirmou seus primeiros casos no início de março e entrou em lockdown no começo de abril, quando tinha em torno de 8 mil infecções confirmadas.
A Flórida parecia ter sido de certa forma poupada pela pandemia, especialmente em comparação com Estados do norte do país, como Nova York, Nova Jersey, Illinois e Massachusetts, onde a situação era mais grave.
Ao longo de abril, o Estado teve no máximo 1.413 novos casos por dia, muito menos dos que o recorde de 11.571 novos casos de Nova York no mesmo mês.
A epidemia local se manteve mais ou menos nesse patamar em maio, mas, em junho, o número de novos casos começou a disparar.
A Flórida bateu recorde atrás de recorde desde então, e o número de novos casos diários atingiu seu nível mais alto na quinta-feira (2). Foram 10.109 infecções em 24 horas.
O total acumulado desde o início da pandemia triplicou no último mês, para 169,1 mil, e a Flórida é hoje o quinto Estado americano com mais casos de Covid-19. Mas o que aconteceu?
Bares, praias e restaurantes cheios

Um mês antes dessa explosão de casos, o governo estadual deu início a um relaxamento progressivo das medidas de isolamento social, que culminou na reabertura de praias, hotéis, bares e restaurantes no início de junho.
Mary Jo Trepka, chefe do departamento de epidemiologia da Escola de Saúde Pública e Assistência Social da Universidade Internacional da Flórida, diz que isso foi um dos fatores que levaram ao aumento.
Muitas pessoas no Estado pensaram que, com a reabertura, o pior já havia passado. Mas, na verdade, o vírus ainda estava circulando amplamente.
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